SERÁ POSSÍVEL?

“Sucesso não é final e a falha não é fatal: o que conta, é a coragem de continuar.” Winston Churchill

Tremenda chamada no Times: ESTA É A COISA MAIS IMPORTANTE QUE IMPEDE A MAIOR PARTE DAS PESSOAS DE TEREM SUCESSO.

Apesar de pertencer àquele grupo de pessoas que acredita piamente que sucesso é muito mais, e às vezes muito diferente do que ser uma Kim Kardashian da vida, apesar de adorar a definição de sucesso da Bessie Anderson Stanley:

“Conseguiu sucesso aquele que viveu bem, riu muitas vezes e amou muito;
Aquele que teve a confiança dos puros, o respeito dos inteligentes e o amor das criancinhas;
Aquele que preencheu seu nicho e completou sua tarefa;
Aquele ao qual nunca faltou a apreciação da beleza da Terra nem deixou de expressá-la;
Aquele que deixou o mundo melhor do que o encontrou,
Quer por ter plantado uma flor, feito um poema perfeito ou por ter resgatado uma alma;
Aquele que sempre buscou o melhor nos outros e deu-lhes o melhor que tinha;
Aquele cuja vida foi uma inspiração e sua memória é uma bênção.”

E detestar a seguinte definição de dicionário:

“Sucesso é a obtenção de popularidade e/ou lucro”, minha curiosidade mórbida me impeliu a ler, mesmo que fosse só para obtenção daquele pequeno prazer bestinha de se sentir moralmente superior a americanos para os quais tudo é a respeito de “Money “ou o brilho fugidio de Hollywood.

E, para meu contentamento, acho uma beleza de artigo.

Pois, senhoras e senhores, o que nos impede de suceder na vida, é nossa atitude, o que, a fim e a cabo, concorda redondo com a definição de sucesso exposta acima, da Bessie, não do dicionário.
Pois baseados numa montanha de pesquisas, muitas das quais conheço, as outras já marquei em meu caderninho para ler,vejam só:

1- A GUERRA POR TALENTO É UM MITO:

Segundo Seth Godin, há muito poucos empregos que buscam por habilidades extremamente específicas, tipo um violinista ou um cirurgião torácico, e mesmo assim, mesmo nesses casos, o que separa vencedores de perdedores não é o talento, mas a atitude. Aliás, é o que ensinam na Escola de Economia em Harvard: o primeiro componente para que você consiga o que quer na vida, é fazer com que as pessoas gostem de você. Lógico, há outras coisas como experiência, formação, títulos, essas coisas, mas veja, se alguém tem que escolher entre duas pessoas com as mesmas qualificações e experiência, vai escolher quem? O que procura fazer parte do time, tem algo bom a dizer sempre, procura pelo consenso, ou aquele que se comporta feito Catilina, irritando todo mundo?
Marco Cicero Túlio, senador romano, 63 anos antes de Cristo, abriu o congresso com as seguintes palavras repetidas pela minha mãe todas as vezes que entrava em crises de “por que?” e lhe torrava a paciência: “Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?” (Diga-me Catilina, por quanto tempo vais continuar abusando de nossa paciência? Por quanto tempo vais zombar de nós com sua loucura? Para que esta audácia desenfreada de atrair sobre ti mesmo nossa raiva?)
A escolha não é difícil.

2- TRABALHAR DURO É SOBRESTIMADO

Jeffrey Pfeffer, professor da escola de MBA de Stanford, diz que as pesquisas mostram que o desempenho é apenas vagamente relacionado para aqueles que vão em frente na vida, e isso inclui o efeito de suas realizações nessas onipresentes avaliações de desempenho e nas perspectivas de promoção. Os estudos que ele cita, mostram que, o ser gostado afeta as avaliações de desempenho muito mais do que o desempenho de per si. Aliás essa foi uma das discussões intermináveis e deliciosas com meu chefe no MHMR. Como bom americano, dizia ele que avaliações são impessoais. Que bons chefes não permitem que sentimentos pessoais interfiram, blá, blá, blá, e eu lhe respondia que isso não era real, exemplo ele mesmo, que tinha me escolhido dentre um monte de outras pessoas com excelentes currículos e que tinham a vantagem de ser americanas e não ter o sotaque macarrônico que possuo. Por que me escolheu? Porque durante a entrevista, quase caiu da cadeira de tanto rir quando à pergunta: “Qual é a diferença entre psicose e normatividade única”, lhe respondi que dependia da nacionalidade, pois na Inglaterra, o Príncipe Charles conversa normalmente com suas plantas, e ninguém acha esquisito. Americano fora, estaria internado. Acabei, entre outras coisas, como professora de Diversidade Cultural aplicada à Saúde, sem jamais ter pensado numa coisa dessas.

3- SIM, É UM CONCURSO DE POPULARIDADE

Pesquisadores do MIT, que se deram ao trabalho de seguir, por um ano, 2600 empregados, observando seus laços sociais e usando fórmulas matemáticas para analisar o tamanho e o âmbito de suas agendas de endereços e listas de amigos, descobriram que quanto mais conectados eram (no caso, empregados da IBM), melhor desempenho tinham. Até quantificaram a diferença, isto é, cada contato de e mail vale um retorno de 948 dólares. E a melhor coisa para previsão de sucesso de um time não era esperteza ou esforço, mas sim como cada integrante se sentia a respeito dos outros. Assim, quanto melhor nos sentimos a respeito de nossos relacionamentos no trabalho, mais eficazes seremos.
Então, da próxima vez que se pegar berrando “Eu estou certo, eles é que estão errados”, lembre-se: sim, você tem um problema de atitude.

3- NÃO É O SER JUSTO, MAS O SER CONFIÁVEL.

Não adianta uivar “Isso não é justo!”, por dois motivos, não necessariamente nessa ordem: a) A ideia de “justiça “é tão relativa quanto a de “amor”, “verdade”, etc. Depende de nosso ponto de observação e nossas crenças a respeito de determinado assunto, caso não acreditem, simplesmente sigam as notícias sobre os escândalos políticos em jornais e/ ou revistas de direita e de esquerda e, b) A vida não é exatamente meritocracia como na escola, onde, você faz seu teste e ganha sua nota.
Na escola, colaboração é chamada de “trapaça” ou “cola”, enquanto na vida, é simplesmente como as coisas funcionam. E, onde há colaboração, obviamente tem que haver confiança. Não é possível qualquer tipo de trabalho funcionar, se o chefe for checar todo o tempo, o que cada um dos outros fez num determinado projeto. Se assim fosse, nada nunca sairia do papel.
A companhia/escola/hospital, seja lá o que for, confia no trabalho que você faz? Os chefes confiam no fato que você está alinhado com sua missão e metas? Trabalhadores esforçados nem sempre são recompensados, mas os que realmente creem, vão em frente.
Um estudo recente da BYU mostrou que empregados que realmente acreditam na missão de sua organização tem chances muito maiores de melhorar seu status e influência na companhia, do que aqueles que não acreditam.
O estudo descobriu que aqueles que tem forte crença na meta de sua companhia ou na causa da qual participam, tornam-se mais influentes em círculos importantes da empresa, enquanto os que simplesmente estão ligados ao pagamento e/ ou ao relógio de ponto, ficam na periferia da história, independentemente da posição formal na empresa ou seu desempenho. E isso é absolutamente verdadeiro até em tratamentos para Drogadependentes, coisa que, por definição, mas não na prática, é uma situação única. Vou fazer outro post sobre esse assunto, mas só para dar a ideia, toda a pesquisa na área mostra que, tratamentos de sucesso, isto é, aqueles que apresentam maior número de pacientes vivendo sem as drogas, após um período de 5 anos depois da alta, são aqueles que oferecem possibilidades aos pacientes de crescerem como indivíduos, participando na ajuda dos que entram no programa, aprendendo assim as bases da colaboração, como oposto ao submundo do uso/venda de drogas.

ENTÃO, O QUE FAZER?

Já leu o Dom Quixote? Se não, leia: “Se quiser ser um cavalheiro, comporte-se como tal”
Continue a ser a pessoa que foi na entrevista, aquela que eles contrataram, positivo, entusiasta, bem preparado, querendo agradar e acreditando naquilo que faz.
Já viu alguém no discurso de recebimento do Oscar dizer que, bom, ganhei sim, mas isso para mim é uma bobaginha sem qualquer importância, só faço para ganhar milhões? Nunca viu não é? Mesmo o famoso Marlon Brando, que não foi receber seu Oscar, mandou uma moça vestida de índia, linda de morrer, para recebe-lo, e na minha opinião, foi uma das mais brilhantes jogadas de marketing que já vi. O que o povo faz, é agradecer. Agradecem pai, mãe, o Bispo de Tremembé, colaboradores, amigos, parentes, vizinhos. Mesma coisa na entrega do Nobel.
A grande maioria de nós, nunca vai receber um Oscar ou um Nobel, ou qualquer outro prêmio na vida, mas podemos, todos nós, fazer de nossa vida o maior dos prêmios, para nós mesmos e para aqueles com os quais convivemos, vivendo a gratidão de compartilhar momentos, quer no dia a dia de nossos trabalhos, na vida em família, nos encontros com amigos reais ou virtuais, nas pequenas e grandes coisas.
A fim e a cabo, acho que é aprender que é melhor ser feliz do que estar certo, lição dura.
Há algum tempo, li uma entrevista com o Contardo Caligaris, o qual muito admiro, na qual dizia que não queria ter uma vida feliz, mas sim uma vida interessante. Ora essa, pensei eu, o que pode ser mais feliz do que considerar sua vida interessante? Alguém já viu um entediado feliz? Mas, esta também é uma outra história que fica para uma outra vez.

This Is the No. 1 Thing That Holds Most People Back From Success http://time.com/68333/this-is-the-number-one-thing-that-holds-most-people-back-from-success/

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